POBREZA EM LUANDA: UMA REFLEXÃO EM TORNO AO MODO DE SOBREVIVÊNCIA DE COLECTORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO DISTRITO DA VILA-FLOR (CAZENGA)

Abstract

Verifica-se nos últimos dias, em Luanda, o número vertiginoso de pessoas que recorrem aos depósitos de resíduos sólidos para a sobrevivência. Para a percepção do fenómeno, decidiu-se realizar uma pesquisa. Para o efeito, traçou-se o seguinte objectivo: compreender o modo de sobrevivência dos colectores de resíduos sólidos no distrito da Vila-Flor (Cazenga). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com recurso das técnicas bibliográfica, entrevista semi-estruturada, análise de conteúdos e observação simples, como referencial teórico a teoria das necessidades, fatalismo e representações sociais. Para o efeito traçou-se a seguinte pergunta: Que resíduos sólidos contribuem para a sobrevivência dos colectores de resíduos sólidos no distrito da Vila-Flor (Cazenga)? Concluiu-se que os resíduos sólidos, constituídos por diferentes tipos e tamanho como plásticos, garrafas, metais e papel, constituem a base de renda de sobrevivência. Os resultados apontam que não são pobres, mais sim necessitados em função da renda diária e mês. Devido a actividade que exercem, são chamados de chiadores e longoteiros. Existe adolescentes moradores de rua e na rua. Alguns adolescentes, dos recursos angariados através da venda compram estupefacientes (liamba) e gasolina para inalar, outros adolescentes acompanham os encarregados de educação para ajudarem no trabalho e contribuírem na renda de casa, outros realizam esta actividade sem o consentimento da família. A população pesquisada alegou a falta de formação, escassez de emprego e o custo de vida como causas da adesão à prática de colecta de resíduos sólidos.